Direitos de uma trabalhadora doméstica

Apesar da importância que têm, as trabalhadoras domésticas são as que menos direitos gozam dentre todas as classes laborais em Moçambique. A sorte de cada uma não deve por isso ser extrapolada para toda classe. O caso da Flora é um deles

Flora Simão Ngovene, de 28 anos de idade, natural da provincia de Inhambane, residente em Maputo no Bairro de Mafalala, é uma empregada doméstica ha 9 anos, para uma professora de nível secundário com 2 filhos.

Flora é mãe de uma menina de 8 anos de idade que já frequenta a 3ͣ Classe, e vive maritalmente em uma casa de aluguer – pagando mil meticais/mês - com o seu marido, desempregade que, as vezes tem feito negócios para ajudar com as despesas de casa.

O trabalho do dia-á-dia da Flora consiste em cozinhar, fazer a limpeza de casa lavar a roupa e passar-a ferro, fazer compras, pagar as facturas de água, luz; cuidar dos filhos da patroa, etc. Ela é praticamente a dona de casa porque a patroa sai muito cedo e volta no final do dia.          

Flora não conhece o salário minimo do seu sector de trabalho, mas actualmente ela ganha 2.500 MT pago com regularidade, sem atrasos e cortes, apesar de ela pretender  3.500 MT.

Porém, uma coisa preocupa a Flora, que tem a ver com as férias. Desde que entrou para trabalhar para casa da sua patroa, Flora nunca entrou de férias. Para piorar, ela encontra-se grávida neste momento e não sabe como irá gerir a situação, desdenhando que esse seja o fim da sua carreira.

Certa vez, sentiu-se mal e Flora pediu a patroa que a cedesse a fim de realizar os exames médicos. Lá, o médico aconselhou a repousar. Vai a Flora conseguir umas férias remuneradas no próximo mês? A lei do trabalho assim garante mas não está certo que venha a ser o caso dela. Tudo o que a Flora precisa nesse momento é sorte e compreensão da sua patrdoa.

Loading...