Quem guarda os guardas?

Ser guarda é das atividades de mais risco do país. Paradozalmente, quem guarda os bens e vidas das pessoas não tem se quer o direito de viver uma vida decente. Acompanhe a história do Sr João Costa e as peripécias por que passa

É trabalhador de uma empresa de segurança privada em Maputo “Group4Security ”, trabalha nesta empresa já há 17 anos. No seu quotidiano trabalha como Vigilante (Guarda), é residente no Distrito de Marracuene, entra no serviço as 7 horas e sai as 14 horas. Dependendo do turno por vezes entra as 14 horas e sai as 22 horas ou entra as 22 horas e sai as 7 horas do dia seguinte.

O Sr. João Costa ganha actualmente 2,550 MT, mas gostaria de receber pelo menos 6,000 MT por forma a minimizar os problemas da sua família composta por esposa e 5 filhos, estando todos a frequentar a escola.

O Sr. João Costa quando esta de férias o seu serviço corta-lhe os subsidios a que tem direito e uma parte do salário. O empregadr justifica-se dizendo que quando esse está de férias não produz, pelo que não ve a necessidade de pagar alguem que não produz.

No dia 1 de Janeiro de 2010 o Sr. João Costa devia entrar de férias, mas não foi possivel porque o patronato alegou não existir efectivo para o substituir e que ele somentre poderia estar de férias assim que fosse formado pessoal para o substituir.

Quando João cai donete, a sua empresa não lhe presta assistencia media nem medicamentosa; e é obrigado a se manter no local do trabalho até que alguém venha substituí-lo. Caso contrário, Joao é obrigado a permanecer no posto de trabalho antes de se dirigir ao hospital. Por motivos de ordem diversa ligado aos interesses da empresa, por vezes o Sr. João Costa é obrigado a fazer horas extras, mas nunca é remunerado por estes serviços.

Apesar de tudo isso, ele conhece o sindicato do ramo, mas diz não ser memebro porque pela experiência dos amigos, ele não é capaz de resolver os problemas candentes do ramo. Nas suas palavras, “O sindicato nunca se reune com os trabalhadores, para ouvir e saber quais são as suas preocupações, e tudo é decidido a nível da direcção do sindicato do patronato sem que os trabalhadores sejam levados em conta.”. 

Não obstante, uma outra questão que deixa o Sr. João Costa agastado é a questão de promoções no seu serviço, o Sr. João Costa esta já há 17 anos a trabalhar nesta instituição mas nunca é promovido, a categoria e o salário mantém-se.

O Sr. João Costa no passado tinha direito a 700MT de subsídio de arma e direito a alimentação no local de trabalho, mas estes direitos foram abolidos. Não tem direito ao 13̊ salário,não há subsídio de trabalho nucturno e nem de risco de vida, para além de que o equipamento com que trabalha não oferece muita segurança, e não tem direito a reforma.

Ele tambem lamenta que sempre que o salário é aumentado anualmente no seu serviço, um outro benefício ou subsídio é cortado ou reduzido, e não entende que politica é essa! Não conhece a lei que regula o seu trabalho muito menos se pode recorrer ou como fazer algo para minimizar estes problemas que o afligem no seu serviço.

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