Catadores de Lixo

Apesar de ganhar relativamente acima do salário mínimo do seu sector, o trabalho de João Calamango não oferece as condições para um trabalho digno. Acompanhe a história.

João Calamango, de 24 anos de idade, residente no distrito de Boane, é trabalhador de uma empresa moçambicana de Salubridade (EGF Neoquímica), empresa de limpeza e recolha de lixo a nivel da cidade e Província de Maputo.

O dia-á-dia do trabalho de Calamango consiste na remoção de lixo nos contetores existentes na cidade de Maputo, com objectivo de deixar a cidade limpa e os contetores de lixo vazios.Calamango tem esposa e três filhos por sustentar.

Devido ao problema de transporte e a distância entre a sua casa ao local de trabalho, Calamango acorda diariamente as 4 horas, para chegar ao serviço as 7 horas, do qual só larga as 19 horas. Devido a problemas de transporte na cidade de Maputo, este chega a casa as 21h30min e deita-se as 23h30min.

Todavia, Calamango diz existirem no seu serviço algumas questões que o deixam muito triste e preocupado. Diz este que os seus maiores problemas são o salário, transporte e o tempo de trabalho ou seja o horário de trabalho de trabalho, para além de outras preocupações .

Calamango recebe actualmente 3.000 Mt, mas diz que este salário deixa-o triste porque não chega para satisfazer as suas necessidades e da sua familia, queria pelo menos receber 5.000MT.

Calamango trabalha das 7 as 19 horas , o que corresponde a um total de 12 horas de tempo por dia sem descanço, enquanto normalmente e o tempo estipulado pela lei de trabalho está fixado para 8 horas por dia.

As contas de Calamango

Calamango gasta mensalmente 700 Mt de trasnporte pois a sua empresa não disponibiliza nem subsídio nem o transporte para o pessoal. Ele precisa também gastar o mínimo de 25 meticais por dia para a cmpra de alimentos, uma vez que nunca regressa a casa para tomar as refeições.

O equipamento de trabalho é outra preocupação que deve ser arcada pelo Calamango, uma vez que a sua empresa nunca lhe conferiu tal equipamento muito menos as luzas.

No serviço que Calamango não há assistência medica para os trabalhadores. Calamango explica que no seu serviço quando alguém é alejado como resultado de acidente de trabalho, perde um membro ou fica mesmo gravimente ferido a empresa já não o considera, por vezes é dispensado/despedido das actividades, e sem direito a salário ou subsidio.

Calamango já teve vários colegas que foram alejados e perderam membros durante a realização dos seus trabalhos e não foram assistidos pela empresa sendo disconsiderados.

Os trabalhadores da empresa Neoquimica já reclamaram junto do patronato, e por vezes são lhes atribuidos 100 a 200 Mt para assistência medica que obviamente não basta para arcar com as despesas do tratamento médico.

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