Ao contrário de tantas mulheres que se deixam abater pelos duros combates da vida, e consequentemente a perda de personalidade e dignidade no local trabalho, Gisela Pitorruane de 29 anos de idade, é um exemplo de mulher lutadora, e mostra que é possível superar a questão do assédio sexual contra as mulheres no local de trabalho.
A perda do seu pai muito cedo, fez com que a Gisela engrenasse muito cedo no mercado de emprego. Uma vez que, após este facto trágico na sua vida, a Gisela passou a viver com a sua mãe, que é uma desempregada e com os seus irmãos, de entre os quais a Gisela é a primogénita, a Gisela e a sua família vivem no bairro da Machava Socimol.
A quando da morte do seu pai a Gisela tinha 18 anos de idade e frequentava a 11ª Classe na Escola Secundaria Francisco Manyanga, embora ainda menina, devido as dificuldades da vida, a Gisela foi obrigada a trabalhar para ajudar com as despesas da casa.
A Gisela procurou por um emprego durante muito tempo,que só veio achar o seu primeiro emprego graças ajuda de uma amiga sua, que tinha na altura um tio accionista de uma Empresa de Construção Civil, que arranjou-lhe o emprego na mesma instituição como recepcionista.
Após ter encontrado este emprego a Gisela transferiu-se para estudar no período pós-laboral, uma vez que o horário do trabalho e da escola não eram compatíveis. Portanto a Gisela trabalha das 8h as 16h como forma de conseguir um espaço de tempo para se fazer a escola, e por este trabalho a Gisela ganhava 2.500 Mt.
Não obstante, a Gisela era vítima de assédio sexual no seu local de trabalho, o patrão sempre a convida para sair, dizia insistentemente que gostava dela, queria a escola dela pagar lanche, dar-lhe boleia a casa uma vez que vivia longe da escola, e que aumentaria o seu salário.
A Gisela era uma menina honesta, humilde, empreendedora que sabia o que queria e fazia da sua vida. A Gisela não aceitava as propostas do seu patrão, dizendo-lhe que não podia fazer aquilo, pós o seu patrão era casado e a Gisela tinha na altura um namora de que gostava tanto.
Mesmo assim, o seu patrão insistia e a Gisela não cedia aos desejos do seu patrão. Nessa mesma altura a Gisela fazia as suas poupanças porque sempre teve um sonho ter um salão de cabeleireiro, não obstante degrau á degrau o sonho da Gisela ia se tornando uma realidade, devido a sua garra e determinação.
A situação de assédio no seu local de trabalho não mudava, e a Gisela ingénua e sem saber o que fazer para reverter a situação acabou contando para o seu namorado uma vez que o seu patrão ligava-a constantemente, já a tratava mal no local de trabalho e arranjava até momentos fora do horário normal de trabalho para estar com a Gisela no local de trabalho.
Desta forma a Gisela cansou-se e sem saber o que fazer, decidiu abandonar o emprego, e com as poupanças que foi fazendo durante dois anos que trabalhou nesta empresa, criou no quintal da sua casa um pequeno salão de cabeleireiro, e hoje emprega três raparigas, a quem paga mensalmente 2.000 Mt a cada uma, e consegue ajudar a sua família.
Gisela mesmo sendo uma pequena empreendedora, nunca deixou de estudar e batalhar pela vida, a Gisela frequenta a Universidade Pedagógica e cursando Recursos Humanos, no período pós-laboral, casou-se, tem casa e carro próprio.
Não obstante a Gisela encontra-se hoje a trabalhar na Empresa de Segurança G4S, como recepcionista, isto é, a Empresa de Segurança G4S é uma instituição que oferece as outras empresas seguranças, recepcionistas, etc.
A Gisela trabalha como volante, isto é não tem lugar fixo muda constantemente de local de trabalho segundo as ordens do seu superior. Mas actualmente a Gisela encontra-se a prestar serviços de recepcionista no edifício Central do Banco Millenium Bim.
Contudo, a Gisela diz ter muito azar com a questão do assédio sexual e racismo no local de trabalho, recentemente o seu patrão tentou assedia-la, dizendo que lhe promovia, marcava encontros com ela, e dizia ao seu patrão que é uma mulher casada, mas este por vezes insistia, até que uma vez a Gisela contou as suas colegas de trabalho que se encontram a mas tempo na instituição que a aconselharam que fizesse o seguinte: Procurasse mostrar a patrão que não é uma coitada, e que podia muito bem viver sem este emprego. Para tal a Gisela tinha que cortar o mal pela raiz, isto é, mostrar ao seu patrão que não precisava do seu dinheiro extra-laboral, e a Gisela tinha de comprar alguns presentes para eles mostrando-o deste jeito que não podia ser comparada ou assediada.
Num belo dia a Gisela comprou uma garrafa de Whisky e ligou para o seu patrão dizendo que tem um presente para Ele, e marcaram um encontro fora do trabalho e a Gisela ofereceu ao seu patrão a garrafa e este sentiu-se envergonhado que pelo menos até a data hoje nunca mais voltou a ter a mesma atitude. Embora no princípio o castigava mas agora tudo voltou a normalidade.